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Procon-SP realiza nova pesquisa sobre discriminação nas relações de consumo

A condição financeira foi o fator mais percebido, segundo a maioria dos participantes, seguido de discriminação pela raça ou cor

Publicado em 29 de novembro de 2023

São Paulo, novembro de 2023 – Levantamento feito pela Fundação Procon-SP sobre a percepção do consumidor em relação a posturas discriminatórias durante um ato de consumo, foi respondido por 748 pessoas e, destas, 277 – ou 37,03% do total – afirmaram ter sido discriminadas em alguma situação de relação de consumo.

Dentre as que afirmaram ter percebido alguma atitude discriminatória, a maior parte declarou ter sido pela sua condição financeira – 102 pessoas ou 36,82%; por causa da raça/cor – 94 pessoas ou 33,94% dos respondentes e 8,66% – 24 pessoas – por serem mulheres. As causas apontadas pela discriminação sofrida são as mesmas constatas na edição dessa mesma consulta, realizada em fevereiro desse ano.

Em relação à cor, a pesquisa aponta que a maioria dos respondentes que alegaram discriminação, a soma de quem se declara preto ou pardo (54,15%) é a maioria (150 pessoas); da cor branca (119 dos 277 discriminados), o que representa 42,96%, seguidos pela amarela 1,81% (5) e indígena 1,08% (3).


Por outro lado, quando os grupos que se declaram pretos (82 pessoas, 29,60%) e pardos (68 pessoas, 24,55%) são separados, percebe-se que a maioria dos respondentes é da cor branca (42,96%). Isto pode significar, segundo os especialistas do Procon-SP, que aqueles grupos não estão acessando os canais do órgão de defesa do consumidor na mesma proporção do grupo de consumidores brancos.


Estes resultados apontam para a necessidade de mais ações de conscientização sobre as ferramentas que estão disponíveis, para todos os grupos sociais as utilizarem na defesa de seus direitos relacionados às relações de consumo, de acordo com os especialistas do órgão de defesa do consumidor.


O questionário da pesquisa, que esteve em destaque no site do Procon-SP de 18 de outubro a 8 de novembro, tinha como objetivo identificar consumidores que perceberam ter sofrido algum tipo de discriminação ao estabelecer ou tentar estabelecer uma relação de consumo. E os resultados apontados
subsidiarão ações e estudos da Fundação Procon-SP, especialmente na orientação e no atendimento aos consumidores sobre mais este direito.

Outros dados

Aos que responderam terem sofrido discriminação foi perguntado se, na sua percepção, a discriminação teria sido direta/ostensiva ou sutil/camuflada. A grande maioria, 71,84% (199) considerou que foi camuflada. E quanto ao local em que o fato ocorreu, destacam-se: loja (de roupas, calçados, eletroeletrônicos, entre outras) com 23,47%; estabelecimentos financeiros (bancos, financeiras, seguradoras e similares) com 15,16% e mercados, 10,47%.
Em relação a qual atitude tomaram para reparar a discriminação, 42,60% (118) responderam não ter tomado nenhuma atitude; 36,82% (102) exigiram respeito aos seus direitos; 13,36% (37) notificaram a Ouvidoria da empresa e, 7,22% (20) denunciaram às autoridades competentes.

Das 20 pessoas que declararam ter denunciado a discriminação às autoridades competentes, sete recorreram ao Procon-SP e oito a uma delegacia de polícia.

Veja aqui a pesquisa completa.



Pesquisas realizadas em 2019 e fevereiro de 2023

Esta foi a terceira pesquisa sobre este tema. A primeira, realizada em 2019, pode ser encontrada aqui . A segunda, realizada em fevereiro de 2023 pode ser consultada neste endereço


Ações do Procon-SP

A partir do resultado da primeira pesquisa a Fundação Procon-SP, em conjunto com a Faculdade Zumbi dos Palmares, promoveu algumas ações sobre o tema como treinamento de seu corpo técnico e publicação de uma cartilha sobre o combate à discriminação nas relações de consumo, disponível para consumidores e fornecedores.

Para tentar coibir essas condutas é importante o consumidor denunciar a discriminação às autoridades competentes, se possível fazendo gravações de áudio ou vídeo e buscando testemunhas que poderão ser usadas como prova contra a empresa, nos casos que forem judicializados.

Aqueles que forem vítimas de discriminação em meio a uma relação de consumo poderão reclamar nos canais de atendimento do Procon-SP.

Assessoria de Comunicação | Procon-SP