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Pesquisa revela diferenças de até 2.000% no preço de medicamentos genéricos em São Paulo

Levantamento, feito na cidade de São Paulo em lojas físicas e on-line, aponta que medicamentos de referência tiveram alta acima da inflação este ano; preços também foram verificados em farmácias de municípios do interior e litoral

Publicado em 1 de julho de 2025

São Paulo, julho de 2025 – O Procon-SP realizou de 26 a 28 de maio na Capital e em cidades do interior e litoral uma pesquisa comparativa de preços de medicamentos genéricos e de referência, todos com ampla utilização como antibióticos, anti-inflamatórios, antialérgicos e antidepressivos, entre outros. A iniciativa, que apontou variações expressivas entre os locais visitados (farmácias/drogarias e sites), coletou os valores dos produtos vendidos à vista com desconto máximo ao consumidor comum, sem considerar frete ou programas como o Farmácia Popular.

 

Na Capital, foram comparados 72 medicamentos em dez farmácias — duas por região; enquanto a coleta online considerou os preços anunciados de 67 itens nos sites (a partir de endereço de IP na região central) de nove redes. Em Bauru, Campinas, Jundiaí, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos/São Vicente, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba o levantamento de preços foi feito de forma presencial em farmácias das respectivas cidades.

 

Resultados da Capital

 

O destaque foi para o medicamento genérico Tadalafila 5 mg (genérico, com 30 comprimidos): três de suas apresentações tiveram variações superiores a 1.000% entre os estabelecimentos visitados na Capital. O medicamento também foi o que apresentou a maior diferença registrada na pesquisa, de 2.091,57%: enquanto em um local foi encontrado por R$ 4,27 em outro era vendido por R$ 93,58. 

 

Acesse aqui a íntegra da pesquisa.

 

Entre os medicamentos de referência, a maior variação foi de 245,65% para o Dexason (apresentação 1 mg/g, creme derm.10 g), cujo preço oscilou entre R$ 5,17 e R$ 17,87 nas lojas físicas. Já nos sites, a maior diferença entre os produtos de referências foi de 147,34%, para o Synthroid (levotiroxina sódica apresentação: 100mcg, 30 comprimidos), encontrado entre R$ 21,99 e R$ 54,39.

 

Comparando os preços médios, os medicamentos genéricos se mostraram 64,67% mais baratos que os de referência nas lojas físicas e 67,31% nos canais online. Além disso, os preços médios dos genéricos vendidos online foram 13,88% menores do que nas lojas físicas. Já os de referência apresentaram uma diferença menor, de 3,73%.

 

Preços acima da inflação

 

Entre os 23 medicamentos de referência presentes tanto na pesquisa de 2024 quanto na de 2025, ambas realizadas pelo Procon-SP, foi observada uma variação positiva média de 8,6%, superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de 5,8% no mesmo período. Lembrando que essa média é comparada com a pesquisa realizada no ano passado e ambas estão dentro dos valores informados na relação do PMC determinados pela ANVISA.

 

Resultados de outras cidades

 

Entre as cidades em que o levantamento foi feito presencialmente, a maior diferença de preços apurada – de 779,90% o – foi em Presidente Prudente; entre as farmácias visitadas, os especialistas constataram que o medicamento Citrato de Sildenafila (apresentação: 50 mg, 4 comprimidos), estava R$ 17,51 em um local e R$ 1,99 em outro.

 

Já entre os de referência a maior diferença foi em São José dos Campos, em que foi verificado que o Albendazol (Zentel) do fabricante Glaxosmithkline (apresentação 500 mg, 24 comprimidos) foi encontrado por R$ 19,80 em uma farmácia e, em outra, estava à venda por R$ 8,20 – uma variação de 141,46%.

 

Do mesmo modo que na Capital, nos demais municípios envolvidos no levantamento, os resultados apontaram que os medicamentos genéricos têm os preços mais vantajosos que os de referência. Ao comparar os preços médios, usando medicamentos de mesma apresentação, constatou-se que, em média, os genéricos são 59,17% mais baratos que os de referência em Bauru; 64,71% em Campinas; 62,62% em Jundiaí; 60,25% em Presidente Prudente; 66,19% em Ribeirão Preto; 65,10% em Santos e São Vicente; 64,79% em São José do Rio Preto; 62,46% em São José dos Campos; e 63,19% em Sorocaba.

 

Os dados de Jundiaí foram levantados pelo Procon Municipal da cidade, em colaboração com o Procon-SP.

 

Veja os relatórios completos aqui: Bauru, Campinas, Jundiaí, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos e São Vicente, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba.

 

Recomendações na hora da compra

 

Os especialistas do Procon-SP reforçam que, mesmo diante da obrigatoriedade do respeito ao Preço Máximo ao Consumidor (PMC), ainda é possível encontrar grandes diferenças de valor no mercado. Por isso, recomenda-se que o consumidor compare preços entre farmácias físicas e online e esteja atento às condições de venda e ofertas de descontos.

 

De acordo com a pesquisa, os preços dos itens variam conforme as políticas de desconto de cada estabelecimento. Em alguns casos, são aplicados abatimentos com base em convênios, programas de fidelidade, planos de saúde ou cadastro do consumidor. Ainda, medicamentos controlados não podem ser comercializados sem a retenção da receita médica original, ainda que estejam anunciados online.

 

O Procon-SP orienta que os consumidores observem: se o número do lote, a validade e a fabricação coincidem entre a embalagem e o conteúdo; a existência de registro no Ministério da Saúde; a possibilidade de obter gratuitamente ou com desconto por programas sociais governamentais; a atuação da farmácia com convênios, planos de saúde ou programas de fidelidade.

 

Percepção do consumidor

 

A instituição também divulgou recentemente um levantamento sobre a percepção de 1.378 consumidores na compra de medicamentos, com destaque para dois alertas: a falta de conhecimento sobre preços regulados pela Anvisa (74,8% dos respondentes) e o desconhecimento sobre o uso de dados pessoais coletados por farmácias (86%). Ainda, 40,5% avaliam não ter informações suficientes para fazer boas escolhas na hora de comprar medicamentos. Veja aqui o levantamento completo.

 

E no próximo dia 15, o Procon-SP lançará uma cartilha inédita com mais recomendações aos consumidores, ampliando os conteúdos produzidos relacionados às relações de consumo em um setor sensível.

 

Assessoria de Comunicação Social | Procon-SP

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