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Vivo discute com o Procon-SP mudanças nos serviços com o fim da telefonia fixa por cabos de cobre

Migração do regime de concessão para autorização trará um novo modelo de negócio; planejar antecipadamente ajudará a mitigar impactos aos consumidores

Publicado em 22 de julho de 2025

Com o objetivo de organizar preventivamente sua oferta de serviços em função de uma das maiores mudanças em seu modelo de negócio, representantes da operadora Vivo, do grupo Telefônica, apresentaram ao Procon-SP seus objetivos em relação à substituição da telefonia fixa “tradicional”, prestada por meio de cabos de cobre, por uma tecnologia mais moderna que irá proporcionar uma melhor experiência para seus clientes. A migração acontecerá de forma gradativa.

Esta mudança está acontecendo desde a assinatura do Termo Único de Autorização (abril/2025), com o fim do regime de concessão na área de telefonia fixa operada pela Vivo. O novo regime de autorização oferece regras mais flexíveis e menos obrigações regulatórias para a operadora, ou seja, uma mudança significativa no setor de telecomunicações brasileiro e que irá requerer atenção por parte dos consumidores.

A iniciativa da operadora em compartilhar seus objetivos de orientação ao consumidor é bastante positiva, pois permite um efetivo planejamento de ações que possam mitigar ao máximo os impactos de mais esta grande mudança nos consumidores. E também ao Procon-SP, que pode estudar melhor as mudanças e oferecer a melhor orientação possível quando do surgimento dos novos serviços e das novas formas de cobrança”, avalia Luiz Orsatti Filho, diretor Executivo do Procon-SP.

Dentre os tópicos que serão estudados pelo órgão paulista de defesa do consumidor, estarão: a forma como os consumidores serão informados da mudança de tecnologia; a transição das tecnologias sem interrupção dos serviços e o cronograma técnico/operacional e de área para a mudança; as novas formas de cobrança, inclusive comparadas, em termos de custo, com o modelo atual; sempre visando evitar elevação de custos para o consumidor.

Qual será a mudança?

As concessões de telefonia fixa são contratos de prestação de serviço público, celebrados entre o governo e empresas, que estabelecem obrigações e direitos para a oferta do serviço de telefonia fixa. Essas concessões, com prazo de duração definido, foram criadas para garantir a universalização e a qualidade do serviço, além de estabelecer tarifas reguladas pelo governo. 

Com o fim das concessões, as operadoras poderão migrar para o regime de autorização, um modelo de prestação de serviços mais flexível, onde as tarifas são determinadas pelo mercado e as obrigações regulatórias são mais leves. A justificativa para esta mudança é a necessidade de modernizar o setor e permitir que as empresas invistam mais em infraestrutura e serviços. 

Pelo lado das empresas, o novo modelo de autorização traz algumas mudanças importantes, como liberdade tarifária, menos obrigações regulatórias, fim da obrigação de manterem redes legadas (fios de cobre, “orelhões” etc.), além de poderem investir em infraestrutura mais moderna para oferecer serviços de maior qualidade.

Mas, também levanta algumas preocupações e desafios: falta de interesse em prover cobertura em áreas remotas, levando à exclusão digital; manutenção do serviço de voz (ainda necessário para muitos grupos sociais e aplicações); encarecimento dos serviços em geral – esta, a grande preocupação do Procon-SP.

Estas questões serão abordadas ao longo do segundo semestre com a apresentação, pela Vivo, de planos mais detalhados sobre as etapas de migração da tecnologia e as regiões onde serão aplicadas, bem como sobre a cobrança pelos serviços. “Queremos estar informados e preparados para oferecer aos consumidores a melhor orientação quando o novo modelo for implantado. Vamos acompanhar”, finaliza o diretor Executivo do Procon-SP.

Fim da polêmica sobre os postes?

Embora este assunto não tenha sido discutido na reunião com a Vivo, o fim das redes legadas e sua substituição por tecnologia de fibra óptica pode favorecer a resolução de um outro problema antigo e relacionado aos cabos de cobre usados para a telefonia nas cidades: o emaranho de fios – muitos abandonados – que aumentam custos, trazem riscos e poluição visual.

O Procon-SP defende que as empresas do setor e de distribuição de energia elétrica aproveitem esta janela de oportunidade, quando os cabos de cobre estarão sendo retirados, para organizar toda a fiação, de todas as empresas de telecom nos postes, mediante um acordo justo e factível com as concessionárias de energia.

Isto significa intensificar as tratativas com Aneel e Anatel que têm discutido a questão, para que uma solução definitiva seja encontrada e os trabalhos realizados junto com a substituição da tecnologia legada, a partir da mudança do regime de exploração dos serviços de telecomunicações.

Assessoria de Comunicação | Procon-SP