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Poder de Compra na Pandemia 2
Resultado de pesquisa do Procon-SP aponta que os gastos com alimentação foram os que mais aumentaram durante a pandemia
No começo do ano, de 8/2 a 15/3/21, o Núcleo de Inteligência e Pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP realizou uma pesquisa para mapear como a situação financeira dos consumidores foi afetada durante a pandemia da Covid-19. A mesma pesquisa foi realizada no período de 20/9 a 18/10/21 com o objetivo de observar quais alterações ocorreram na percepção dos entrevistados, já que há sinais de recuo da pandemia e retomada da economia em razão, principalmente da flexibilização das medidas de isolamento.
Resultado período 20/9 a 18/10/21 (set/out)
A pesquisa foi respondida por 5.040 pessoas, sendo que 69,94% (3.525) delas afirmaram que sua renda individual diminuiu; para 23,63% (1.191,) permaneceu inalterada e somente para 6,43% (324), houve aumento.
Questionados sobre o motivo dessa diminuição, 34,87% (1.229) afirmaram ter sido em decorrência da paralisação parcial ou total de suas atividades de autônomo ou empresário; 24,65% (869) apontaram a causa como sendo da redução salarial; para 20,74% (731) a diminuição foi gerada pela necessidade de terem que passar a contribuir para a renda familiar em decorrência de desemprego e/ou morte na família e, para 19,74% (696) a queda foi em decorrência de demissão.
Importância da renda individual na composição da renda familiar
Foi questionado a todos os entrevistados, independentemente de ter havido alteração em sua renda, qual a importância de sua renda individual na composição da renda familiar.
Os resultados apontaram que 37,60% (1.895) são responsáveis pela totalidade da renda familiar; 36,31% (1.830), afirmaram ser responsável pela maior parte da renda familiar e 19,29% (972) informaram que são responsáveis por pequena parte.
Apenas 6,80% dos entrevistados têm renda desvinculada de uma família já que 4,52% (228) afirmaram que não contribuem para a renda familiar e 2,28% (115) não têm família.
Aumento nos gastos
A todos os entrevistados foi perguntado se consideram que seus gastos habituais tiveram aumento durante a pandemia e, a grande maioria, 90,99% (4.586), afirmou que sim. 67,34% (3.088) deles afirmaram que esse aumento foi em decorrência de gastos com alimentação.
O segundo aumento destacado no resultado foi observado nas contas de consumo, tais como, água, luz, gás, 22,85% (1.048).
Redução ou corte de consumos habituais
Foi questionado aos consumidores se precisou reduzir e/ou cortar seus consumos habituais, a grande maioria, 92,50% (4.662) respondeu que sim.
Sobre quais os setores que ocorreram essa redução a pesquisa disponibilizou algumas alternativas permitindo que o entrevistado escolhesse uma ou mais opções.
Os mais apontados foram: alimentação (3.332), contas de consumo (água, luz, gás), (1.893) e telefonia / internet (1.513)
Endividamento
59,56% (3.002) dos entrevistados afirmaram possuir dívidas em atraso. A eles foi perguntado qual foi o efeito da pandemia sobre essas dívidas e, a grande maioria, 91,87% (2.758) assegurou que elas aumentaram. Para 7,26% (218), não houve alteração. Somente 0,87% (26) alegaram ter diminuído.
As principais dívidas em atraso apontadas pelos consumidores, independentemente de ter havido aumento, redução ou permanecido inalterada (foi permitido a escolha de uma ou mais alternativas), foram: cartão de crédito (1.908); contas de consumo (1.372) e empréstimos bancários (1.369).
Para os especialistas do Procon-SP o cartão de crédito é um meio muito acessível de crédito, no entanto, as taxas de juros cobradas ainda estão muito altas o que pode levar ao descontrole e ao endividamento, especialmente quando utilizado para complementar a renda. E, atrasar contas de consumo é um forte indicador de que os rendimentos não estão sendo suficientes nem para cobrir o básico.
Expectativa dos consumidores sobre o futuro econômico
Foi solicitado aos entrevistados para que, a partir de sua percepção, avaliassem o que se pode esperar das atividades econômicas nos próximos seis meses em relação à economia mundial em geral, à economia brasileira e a sua própria situação econômica.
Economia mundial: os resultados, de maneira geral, apontam pouco otimismo, já que 47,88% (2.413) acreditam que estará pior do que hoje. 23,91% (1.205) consideram que haverá recuperação econômica, mas ainda abaixo dos níveis anteriores à pandemia e, 19,70% (993) acham que vai ficar como está.
Economia brasileira: a percepção mostra um pessimismo maior que em relação a economia mundial, a maioria, 58,57% (2.952) acredita que nos próximos seis meses estará pior do que hoje e, 17,76% (895) consideram que a economia manterá os níveis atuais.
Sua própria situação financeira: o maior percentual é daqueles que acreditam que nos próximos seis meses estará pior do que hoje, 39,01% (1.966) e 29,92% (1.508) consideram que a situação permanecerá inalterada.
Comparação pesquisas 8/2 a 15/3 e 20/9 a 18/10/21 – destaques
Quanto à renda, observou-se que os percentuais foram quase idênticos, prevalecendo os que tiveram redução de sua renda individual.
O motivo para essa diminuição também foi semelhante entre as duas pesquisas, porém é possível destacar uma redução de 5,58 p.p. entre os que apontaram como principal causa a paralisação parcial ou total de suas atividades como autônomo ou empresário e, um aumento de 3,85 p.p. nos que responderam ser o fato de ter que contribuir mais com a renda familiar.
Sobre o que ocorreu com os gastos dos entrevistados durante a pandemia, houve um aumento de 4,11 p.p. entre os que consideram que seus gastos pessoais tiveram aumento: de 86,88% dos entrevistados em fev/mar passou para 90,99% em set/out. Em ambas as pesquisas o setor apontado como o que apresentou maior aumento manteve-se o mesmo: alimentação. Porém houve uma redução de 4,13 p.p. no percentual dessa alternativa de resposta: de 71,47% passou para 67,34%.
Ainda sobre os setores indicados como “vilões”, a grande diferença observada foi o de contas de consumo (água, luz, gás): na primeira pesquisa, 14,16% dos entrevistados apontaram esse como sendo o setor onde percebeu maior aumento de seus gastos e, na segunda, o percentual subiu para 22,85%,uma diferença de 8,69 p.p..
No que diz respeito a possuir dívidas em atraso houve um aumento de 4,26 p.p. entre as duas pesquisas. Os tipos de dívidas mais apontados foram os mesmos nos dois períodos: cartão de crédito, contas de consumo e empréstimos bancários, com pequenas variações entre si.
Sobre a sua própria situação financeira nos próximos seis meses, os entrevistados parecem estar mais otimistas do que antes, uma vez que houve ligeira oscilação positiva nos percentuais daqueles que acreditam que sua situação financeira estará melhor do que hoje e do antes da pandemia (de 9,15% em fev/mar para 10,91% em set/out) e melhor do que hoje, mas ainda pior do que era antes da pandemia (16% em fev/mar e 20,16% em set/out) e recuo entre os que acreditam que estará pior (de 43,22% em fev/mar para 39,01% em set/out).
Diante do resultado dessa pesquisa o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez, orienta o consumidor para que valorize bastante seu poder de compra, comprando exatamente aquilo que está precisando. “A compra tem que ser muito bem estudada e pesquisada, faça uma lista de suas prioridades, compre de acordo com essa prioridade; faça muita pesquisa e, antes de comprar, principalmente no comércio online, tome cuidado porque estão sendo aplicados muitos golpes, sites falsos, empresas que vendem e não entregam”.
“Há um clima de pessimismo entre os entrevistados, mas temos que olhar para frente e o Procon-SP estará atento fiscalizando práticas abusivas”, conclui Capez.
Veja aqui o resultado completo da pesquisa realizada de 20/09 a 18/10/21 (set/out)
O resultado da pesquisa realizada no período de 8/2 a 15/3/21 (fev/mar), respondida por 5.007 pessoas, pode ser consultada aqui
Procon-SP
Assessoria de Comunicação