notícias & releases

Procon-SP divulga pesquisa sobre taxa de juros do empréstimo consignado

O levantamento apontou que em relação ao ano anterior houve alta as taxas médias de juros para aposentados do INSS e servidores estaduais com aumentos de 0,19 p.p e 0,10 p.p nos contratos com prazo de 12 meses

Publicado em 4 de julho de 2025

A Fundação Procon-SP, divulgou os resultados do levantamento realizado em junho de 2025 sobre as taxas de juros do empréstimo consignado, prática que permite o desconto das parcelas diretamente na folha de pagamento ou benefício previdenciário do tomador do crédito. A pesquisa, criada em 2022, inicialmente contemplava empréstimos consignados para servidores públicos estaduais de São Paulo, aposentados do INSS e funcionários de empresas privadas. Nesta nova fase, o painel passa a incluir mais três categorias: servidores públicos municipais de São Paulo e federais do Estado de São Paulo, além da nova modalidade do programa federal Crédito ao Trabalhador, que permite ao trabalhador utilizar até 10% do saldo do FGTS como garantia, bem como 100% da multa rescisória em caso de demissão.

Foram consultadas seis instituições financeiras que atuam no Estado de São Paulo. Os dados coletados referem-se às taxas máximas praticadas no dia 10 de junho de 2025, tanto para contratos de 12 quanto de 48 meses.

Os resultados apontam que, para contratos de 12 meses, a menor taxa média foi registrada para aposentados do INSS (1,84% ao mês), enquanto a mais alta foi identificada no Crédito do Trabalhador (4,32% ao mês). Já para prazos de 48 meses, servidores públicos federais tiveram a menor taxa média (1,81% ao mês), e os funcionários de empresas privadas, a mais elevada (3,76% ao mês).

As variações entre as instituições financeiras são significativas. No caso do Crédito do Trabalhador, por exemplo, para contratos de 12 meses, a diferença entre as taxas chegou a 3,02 pontos percentuais — variando de 2,90% a 5,92% ao mês. Já para funcionários de empresas privadas, no prazo de 48 meses, essa diferença foi de 3,07 pontos percentuais, com taxas oscilando entre 2,52% e 5,59% ao mês.

Na comparação com a pesquisa anterior, de fevereiro de 2025, houve redução de 0,08 p.p. na taxa média de juros para servidores públicos estaduais nos contratos de 12 meses. Para aposentados do INSS, observou-se um aumento de 0,04 p.p., enquanto para trabalhadores de empresas privadas, a queda foi mais expressiva: 1,00 p.p. Nos contratos de 48 meses, as reduções chegaram a 0,33 p.p. (servidores estaduais) e 0,53 p.p. (funcionários privados), enquanto os aposentados do INSS enfrentaram um acréscimo de 0,05 p.p.

Em relação a junho de 2024, os dados revelam alta nas taxas médias de juros para aposentados do INSS e servidores estaduais (12 meses), com aumentos de 0,19 p.p. e 0,10 p.p., respectivamente. Por outro lado, os trabalhadores da iniciativa privada foram beneficiados com uma redução de 0,29 p.p. Para os contratos de 48 meses, houve aumento das taxas para os três grupos analisados de 0,10 p.p para servidores públicos do Estado de São Paulo, 0,20 p.p para aposentados do INSS e 0,17 p.p. para funcionários de empresa privada.

Durante o levantamento, algumas instituições financeiras informaram restrições na oferta ou na divulgação das taxas. O Banco do Brasil comunicou que, para crédito consignado privado, não aplica taxa máxima, pois suspendeu 100% dos convênios, substituindo-os pelo programa Crédito do Trabalhador, mas não informou a taxa máxima, uma vez que a taxa de juros é hiper personalizada para cada cliente a partir da perda esperada e do empregador.

O Banco Bradesco declarou que não oferece crédito consignado para servidores públicos federais com prazo de 12 meses. Já o Banco Santander informou que não opera com essa modalidade para servidores públicos municipais nos prazos de 12 e 48 meses, nem para servidores federais no prazo de 48 meses.

Veja a pesquisa completa aqui.

Recomendações aos consumidores

O Procon-SP recomenda que o consumidor deve sempre pesquisar as taxas ofertadas pelos bancos considerando as mesmas condições contratuais, para possibilitar a comparação. As taxas de juros para crédito consignado são determinadas por: taxa Selic, risco de inadimplência do tomador, tipo de empréstimo consignado, prazo de contrato, avaliação que o banco faz das margens de lucro e custos operacionais, tipo de convênio firmado com a empresa privada, etc.

É importante que as instituições financeiras não ocultem dados essenciais, para que o consumidor possa exercer de forma consciente seu papel nessa relação de consumo, usufruindo dos benefícios que esse tipo de empréstimo oferece.

Assessoria de Comunicação | Procon-SP